Release

Quando Longos Anos (2014) estreou não imaginava que seria um projeto tão longevo. A história do reencontro de duas irmãs afastadas pelo destino, inspirada livremente no filme “O que terá acontecido a Baby Jane?”, cativou plateias ao longo desses anos por onde passamos.

Tive a oportunidade de apresentá-lo em várias cidades, por diversos estados brasileiros, sempre com resultados positivos, trocas interessantes e encontros memoráveis.

Longos Anos é o que costumo chamar de uma semi-peça, pois na tentativa de jogar/brincar com múltiplas linguagens teatrais é que o “espetáculo” encontra espaço para existir. Trata-se de uma leitura cênica que convida a cada sessão um ator/atriz diferente para jogar e, nesse jogo, põe convidado e público para transitar numa fronteira que, ao mesmo tempo que separa, une leitura dramática com encenação. Adaptável, já foi realizado em casas, palcos, espaços alternativos, quartos, cozinhas, salas de aula.  Basta me chamar que eu e a mala, em que cabe o espetáculo inteiro, iremos.

Para mim, é sempre um novo começo, pois a cada convidado uma nova expectativa se cria, o que permite que a cada apresentação se presencie um novo espetáculo. É no risco que eu, o ator fixo, devo buscar esteio para conduzir o trabalho e é nele, no risco, que o público também deposita sua atenção. Dramaturgia e encenação conduzem o espectador a ser mais um personagem no espetáculo, não apenas um observador, mas uma testemunha que está próxima da ação, em diálogo o tempo todo com a cena, dentro dela, querendo saber como eu vou reagir ao estímulo dos meus convidados. Essa experiência fica ainda mais evidente quando o mesmo público tem a oportunidade de ver a peça por mais de uma vez. Há pessoas que voltam pela emoção de fazer parte do jogo e toma seu lugar na proposta, tal qual eu pensei ao idealizar o projeto. Há pessoas que já assistiram por mais de 10 vezes a obra e, se hoje o espetáculo voltar em cartaz, certamente elas estarão lá revivendo as tensões de Bete e de Joana, de Homero e seu convidado do dia.

Longos Anos é um texto resultante de minha participação na oficina de dramaturgia do Royal Court Theatre em parceria com o SESI e British Council. Foi contemplado pelo Prêmio Nelson Seixas para sua montagem no ano de 2012. Estreou em 2014 no SESC Rio Preto, onde contou com a orientação do diretor e dramaturgo carioca Pedro Brício, dentro do projeto Laboratório Cênico. Em 2024, completa 10 anos de estrada.

SOBRE O DIRETOR

É Mestre em Artes da Cena pelo PPGAC da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ), onde também se graduou em Artes Cênicas com habilitação em Direção Teatral. Pesquisa o neogrotesco e suas ocorrências como uma linguagem teatral/artística dedicada ao exame social. É diretor e fundador da Companhia Hecatombe, onde dirigiu e/ou escreveu espetáculos premiados como "Orégano", "Cheiro de Carne”, "Crise de Gente”, “Longos Anos” e “Vermelhinhos” - tendo com esses trabalhos, se apresentado em Festivais de Teatro por todo Brasil. Participou de residência artística, em Buenos Aires – Argentina, dedicada a pesquisar a obra do pintor Carlos Alonso, o grotesco portenho e entrevistar o grupo Teatro X La Identidad, ligado às avós da Praça de Maio. No Rio de Janeiro – RJ, adaptou clássicos como “Hamlet”, de Shakespeare e “Aquele que diz sim e aquele que diz não”, de Bertolt Brecht. Escreveu e dirigiu, ainda, o espetáculo “Alice&Baltazar ou INDEVASSÁVEL”. Em São Jose do Rio Preto - SP, além de ter dirigido diversos espetáculos de Cias. teatrais e de dança, também escreveu as peças “Acordes” e “A cor Silva”, para a Cia. Cênica, ambas publicadas em livro. Foi um dos autores convidados a integrar o projeto “Dramaturgias do Habitat”, do SESC Rio Preto. Estudou com o Royal Court Theatre, reconhecido centro inglês de dramaturgia que revelou nomes como Sarah Kane e Samuel Beckett. Em abril de 2023 foi assistente de curadoria do FIT – Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto.


SOBRE A COMPANHIA HECATOMBE

Companhia Teatral dedicada ao estudo do neogrotesco que em 2023 completou 18 anos de existência. Entre suas montagens mais importantes estão os espetáculos Orégano (2009), Cheiro de Carne (2012), Longos Anos (2014), Crise de Gente (2016) e Vermelhinhos (2018). Em sua trajetória, visitou os mais diversos festivais de teatro pelo Brasil, entre eles, Festival latino americano de Foz do Iguaçu/PR, Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto/SP, Janeiro Brasileiro da Comédia/SP, Festival Nacional de Juiz de Fora/MG, FestFic/RJ, entre outros.


TRAJETÓRIA DO ESPETÁCULO

LONGOS ANOS participou de diversos festivais, destaque para As Satyrianas em São Paulo – SP (2014), Festival Nacional de Teatro de Juiz de Fora em Minas Gerais (2014), FESTFIC – Festival da UFRJ no Rio de Janeiro – RJ (2015), FIT – Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto – SP (2016), Festival Terceiro Ato de Votuporanga – SP (2019), além de apresentações em SESCs, SESIs e espaços diversos. Foi contemplado pelo PROAC em 2021 para apresentações on-line.

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